Dicas para botar a mente nos trilhos, mesmo em momentos de incertezas e preocupação.
Em tempos difíceis como o de pandemia que temos agora, é difícil manter a produtividade no trabalho. Ainda assim, todos nós precisamos colocar a mente nos trilhos para fazer o melhor possível neste momento.
Para ajudar quem está nessa situação, adaptamos algumas recomendações que ouvi da psicóloga Nina Taboada, para não deixar um problema comprometer completamente a nossa produtividade. Elas cabem perfeitamente para o momento que estamos passando.
Neste artigo você verá:
Como manter sua produtividade no trabalho
1. Defina o seu problema
2. Avalie se algo pode ser feito
3. Transforme preocupação em ação
4. Faça uma lista de tarefas
5. Estabeleça um tempo para pensar no assunto
6. Identifique se é hora de procurar ajuda
Como manter sua produtividade no trabalho
Tente definir o que está causando seu sofrimento para entender o que pode ser feito a respeito. Muitas vezes precisamos mudar o foco do pensamento para conseguir fazer qualquer coisa que não seja ouvir e espalhar más notícias. Vamos tentar?
1. Defina o seu problema
O primeiro ponto para chegar a uma solução parece muito óbvio, mas é esquecido pela maioria das pessoas, segundo Nina. “É preciso começar definindo qual é o seu problema, o que está causando o sofrimento neste momento”, diz ela.
Pode parecer esquisito, mas, na maioria das vezes, nós não sabemos o que está acontecendo de fato. Sabemos apenas que estamos totalmente incomodados, mas não nomeamos esse incômodo generalizado. “Quando o problema é uma doença grave em família ou uma separação, por exemplo, essa definição é mais clara”, afirma.
Por outro lado, quando estamos todos irritados com as incertezas do momento e os rumos desta pandemia, acabamos descontando o mau humor em quem estiver por perto – colegas de trabalho, se estivermos no escritório, ou a própria família, para quem já está no home office.
2. Avalie se algo pode ser feito
Definido o problema, o segundo passo é avaliar o que pode ser feito. “Tente separar as preocupações produtivas das improdutivas”, recomenda ela. Neste momento, uma preocupação produtiva seria a de lavar as mãos e se manter distante de aglomerações. São medidas práticas, produtivas.
Já um exemplo de preocupação improdutiva é ficar se perguntando se alguém da sua família será infectado pelo coronavírus, se o espirro único que seu filho deu ontem à noite é um sintoma da doença ou se alguém que participou de uma reunião presencial com você poderia estar contaminado, mesmo sem que haja qualquer indício disso.
São preocupações que ficamos ruminando, mas não têm de fato uma resposta ou solução para o momento.
3. Transforme preocupação em ação
A terceira dica é transformar as preocupações em ação. “Pergunte-se o que você pode fazer para resolver a preocupação que está sentindo”, diz Nina. Ou seja, antes que esses fantasmas tomem conta da sua cabeça, o melhor é checar se a família está bem e se alguém que participou da reunião desenvolveu algum sintoma.
Se tudo estiver ok, tente mudar o foco. Evite ficar fantasiando sobre o que ainda não ocorreu e possivelmente não vá ocorrer (é o que esperamos!).
4. Faça uma lista de tarefas
Outra recomendação interessante é organizar sua rotina de trabalho com uma “to do list“. “Coloque na lista o que você precisa fazer naquele dia”, diz ela.
Por exemplo, ver emails, fazer reunião online com o cliente, mandar atualizações para o chefe, terminar o relatório e ler o contrato. “Quando a gente está em sofrimento, a organização ajuda a manter o foco no que é prioridade em cada momento”, diz ela.
Isso porque, claro, se você passar o dia sem um objetivo definido vai ser muito mais fácil deixar que os pensamentos negativos tomem conta de você.
5. Estabeleça um tempo para pensar no assunto
Estabelecer um tempo para pensar no seu sofrimento também é uma dica interessante. “Combine com você que haverá um momento para dar atenção ao problema que está incomodando”, diz Nina.
Defina, por exemplo, que você vai parar para pensar nisso no final do dia, ao ver os noticiários. “É como dizer ‘eu vou dar atenção, cérebro, fica tranquilo, só não dá para ser agora'”, diz Nina.
E ela explica que essa atitude é mais eficiente do que simplesmente tentar controlar os pensamentos. “Se eu disser ‘Não pensa no elefante, não pensa no elefante, não pensa no elefante’, o elefante já vai estar na minha cabeça”, diz .
O problema existe e merece atenção, mas você pode se concentrar nele apenas em determinados horários para não se deixar afundar. Usar essa técnica pode ajudar a controlar a ansiedade.
6. Identifique se é hora de procurar ajuda
Em situações normais, a última dica seria procurar ajuda profissional – especialmente se você já tentou realizar as cinco primeiras recomendações e não teve resultado. “Quando o sofrimento está crescendo e você não consegue mais manter sua vida social, sua produtividade, é hora de pedir ajuda a um psicólogo, um psiquiatra, um amigo, alguém em quem você confia”, diz ela.
No momento em que estamos, no entanto, sabemos que até pedir essa ajuda pode ser mais difícil. Se você achar que o sofrimento está mesmo incontrolável, tente buscar profissionais dessa área que possam atender de forma online.
E lembre-se do que diz Nina: “A gente não sofre com o que acontece com a gente, mas com o que a gente pensa sobre o que acontece com a gente.” O momento é difícil, mas estamos aqui, todos juntos.