O intraempreendedorismo é o novo diferencial que salta aos olhos dos recrutadores — e garante uma vaga nas empresas mais inovadoras.
Você já deve ter se deparado com vagas que buscam profissionais “com atitude de dono”, certo?
É justamente esse o conceito: a prática da inovação e liderança de projetos pelos colaboradores, que tratam a empresa como se fosse seu próprio negócio.
Neste artigo, vamos mostrar o caminho para desenvolver o intraempreendedorismo e alcançar um novo patamar na sua carreira.
O que é intraempreendedorismo?
Intraempreendedorismo é a versão em português do termo intrapreneur, que significa empreendedor interno.
Logo, estamos falando da prática de empreender dentro da empresa, inovando a partir da realidade da organização para melhorar seus produtos, serviços e processos.
Basicamente, as empresas têm duas opções para buscar novos negócios, soluções e tecnologias:
Externamente: buscando consultorias, fechando parcerias, recorrendo ao crowdsourcing ou mesmo adquirindo startups
Internamente: dando aos colaboradores a oportunidade de liderar os projetos de inovação dentro da empresa e implementar suas ideias com os recursos disponíveis.
Ou seja: ao construir uma cultura intraempreendedora, a empresa encoraja os talentos a usarem seu potencial empreendedor para analisar cenários, identificar oportunidades lucrativas e criar projetos para evoluir o negócio.
Para os profissionais, é uma grande chance de colocar suas ideias em prática e contribuir com o crescimento da empresa, ao mesmo tempo em que desenvolvem suas competências e ganham experiência.
Como surgiu o intraempreendedorismo?
Curiosamente, o intraempreendedorismo é um conceito antigo, criado em 1978 pelo empreendedor norte-americano Gifford Pinchot III e sua esposa Elizabeth Pinchot.
O casal escreveu o artigo Intra-Corporate Entrepreneurship para apresentar sua ideia ao mercado, mas o termo só ganhou notoriedade por volta de 1985, quando grandes veículos de negócios começaram a falar sobre o tema.
O próprio Steve Jobs, na época, classificou o time da Macintosh como intraempreendedor e contribuiu para popularizar ainda mais a ideia.
O problema é que as empresas ainda não estavam preparadas para oferecer toda a liberdade de que os profissionais necessitavam para inovar, tampouco estavam dispostas a financiar as ideias de seus colaboradores.
Felizmente, as organizações evoluíram no sentido de compreender a importância do capital humano e reconhecer o intraempreendedorismo como diferencial competitivo.
Uma das empresas que simboliza a ascensão desse conceito é o Google, com sua cultura de inovação interna e a famosa “política dos 20% do expediente”, que orienta os colaboradores a utilizarem 20% do seu tempo para projetos pessoais e novas ideias.
Foi graças a essa iniciativa que surgiram projetos de sucesso como o Gmail e Google Maps, por exemplo, conforme detalhado por Adam Robinson no artigo de 2018 para a revista Inc.
Por isso, cada vez mais empresas seguem a tendência e encorajam o espírito empreendedor de seus colaboradores.
Por que o intraempreendedorismo é importante para as empresas?
Hoje, os profissionais com perfil intraempreendedor são altamente valorizados e disputados pelas melhores empresas.
E não é para menos, pois a inovação é essencial para a sobrevivência e crescimento dos negócios.
Prova disso é que a geração de ideias está diretamente relacionada ao progresso das empresas, conforme os resultados de uma pesquisa realizada por Dylan Minor, Paul Brook e Josh Bernoff, publicada em 2017 na MIT Sloan.
As empresas pesquisadas foram capazes de gerar até 500 ideias bem-sucedidas — que foram aplicadas em projetos reais — a cada 1.000 sugestões de seus colaboradores, resultando muitas soluções criativas e uma lucratividade 11% maior no período.
Ou seja: as organizações atuais já têm evidências suficientes de que abrir espaço para o intraempreendedorismo é o caminho para a prosperidade.
E quem se beneficia, nesse caso, são os profissionais preparados para oferecer esse diferencial.