Até qual ponto suas decisões estratégicas sobrevivem?
Como grande parte dos líderes, eu e você, provavelmente temos algo em comum. Se pudéssemos, desviaremos sem nenhuma dúvida de algum grande e catastrófico erro de estratégia. Errar é bom? Sim. Errar é o combustível da criatividade? Também acredito que sim. Mas, mesmo com tudo isso, os nossos planos estratégicos são elaborados para darem certo. 100% certo. O que, de todo modo, pode ser um tanto quanto utópico, mas não deve nos impedir de buscar e identificar os pontos fracos e fortes antes de fazer com aquela decisão tão importante saia do papel, dos nossos computadores e tomem vida. Afinal, até onde elas conseguirão ir?
Aqui está um intrigante ponto de vista, reconhecer as lições dos erros não quer dizer que você esteja procurando por eles ansiosamente. Na verdade, a questão é encontrá-los ocasionalmente e fazer com que eles ensinem ótimas lições. Não ter medo deles. Já que, falando de realidade, é impossível conseguir antever todas (absolutamente todas) as forças adversas que podem fazer com que nossos planos estratégicos precisem ser adaptados (o que também não é o fim do mundo). Mas como a intenção é que seja um encontro esporádico, vale colocar em prática diferentes tipos de análises. Ou seja, tentar encontrar onde está, ou poderia estar, o vazamento daquela estrutura brilhante que estamos construindo – das nossas decisões.
Novamente, não se trata de não errar, mas de não ter medo de não errar. E, sabendo disso, mesmo assim procurar não errar (mas não por estar com medo). Seguindo adiante, Rick Lynch e Jay Galeota realizaram um interessante estudo, nele buscam mostrar quatro maneiras de testar decisões estratégicas. Some isso com mais dois ingredientes: pressão e forças armadas norte-americanas. O que os autores trazem é que os militares dos EUA são especialistas em encontrar os erros em suas próprias estratégias e que podemos aprender com isso. Assim, conseguimos aperfeiçoar a forma como antecipamos problemas e de como mudamos o rumo do que está acontecendo.
4 maneiras de colocar à prova sua decisão estratégica
Trazendo as comparações de Lynch e Galeota para nossas próprias decisões estratégicas, conseguimos fazer com essas quatros maneiras se tornem verdadeiros testes para saber até onde o que decidimos sobrevive fora do escritório. Ou, pelo menos, fora da nossa imaginação. Abaixo, você irá saber mais como tentar minar sua ideia (positivamente).
1. Consciência situacional
O que os autores explicam é que a consciência situacional se dá quando um soldado passar a avaliar um ambiente a partir de diferentes aspectos e consegue garantir que as perspectivas em potencial tenham sido assimiladas. Comparando com nossas rotinas, não há paisagens e estruturas físicas para serem escaneadas, mas ainda é fundamental compreender o cenário que atuamos e o que dentro dele pode afetar as decisões estratégicas. Para isso, a dica é trabalhar por meio de realidades alternativas. Exemplo: acreditamos muito que acontecerá algo, mas se acontecer, na verdade, outras duas opções diferentes, X e Y?
A ideia é que a equipe passe a desenvolver alternativas de uma mesma situação. Depois, comece a comparar as hipóteses coletivamente e determinar o que tende a ser mais impactante. O alerta fica para identificar os gatilhos responsáveis por um ou mais cenários.
2. Perspectiva externa
Pensando em perspectivas externas, os clientes são ótimos “olhares de fora” e podem ajudar a formar um entendimento honesto do que é forte ou fraco nas decisões estratégicas.
3. Jogos de guerra
Os jogos de guerra consistem em equipes lideradas por gestores e compostas por pessoas com experiência em áreas relevantes. O exercício deve ter um plano de fundo, um desafio geral e informações específicas. Os grupos devem apresentar suas descobertas no final.
4. Grupos estratégicos
O último teste parte da formação de grupos estratégicos com pessoas que possam analisar as situações e problemas por várias perspectivas. O grupo de iniciativas estratégicas pode decidir entre duas (ou mais) possibilidades a partir de suas diversas habilidades de análise.
Depois dos quatro testes, fica a pergunta, até onde a decisão estratégica irá sobreviver? Vida longa a boas decisões.