Veja a seguir alguns
exemplos de questões obrigatórias e desnecessárias numa entrevista de emprego,
de acordo com os especialistas consultados:
Perguntas obrigatórias
1.
Qual será a expectativa do gestor em relação a mim?
Segundo Tourinho, é
importante demonstrar interesse pela figura do seu futuro líder, buscando saber
qual é o seu estilo e o que ele espera de sua equipe. A resposta a esses
questionamentos será útil para avaliar se você realmente tem interesse em
trabalhar para o gestor em questão.
2.
Qual é a composição da equipe com que eu trabalharei?
Pergunte quais são as
formações acadêmicas, experiências anteriores, graus de senioridade e métodos
de trabalho dos seus futuros colegas ou subordinados. Além de trazer insumos
valiosos para se integrar ao time caso você seja admitido, isso demonstrará que
você está preocupado em cultivar bons relacionamentos no seu futuro ambiente de
trabalho.
3.
Quais são os desafios imediatos da companhia? E do cargo?
O conselho de Santos é
pesquisar bastante sobre a empresa antes de ir para a entrevista, e ir munido
de perguntas mais avançadas e específicas sobre o negócio. “Demonstre interesse
pelo momento atual da empresa, e depois busque saber como a vaga que você
pleiteia se relaciona com os objetivos estratégicos do negócio”, diz ele. “Isso
mostra que você tem um interesse de longo prazo naquela organização, que pensa
em fazer carreira lá”.
4.
Quais são os valores da empresa?
Esta pergunta é importante
porque revela que você não está interessado em conseguir um emprego apenas para
pagar suas contas, diz Tourinho. Demonstrar curiosidade sobre o clima, a
cultura e os princípios da empresa significa que você está preocupado em se
alinhar a eles. “Dependendo da resposta, você também pode descobrir que aquele
empregador não tem nada a ver com você e que é melhor buscar outra vaga”,
ressalta a gerente da Michael Page.
5.
Como é o perfil de quem tem sucesso na empresa? E de quem fracassa?
Complementares à questão
anterior, estas perguntas são essenciais para avaliar a sua compatibilidade com
o empregador. Os fatores que levam a promoções ou demissões, por exemplo, dizem
muito sobre o que você pode esperar daquela empresa, afirma Santos. Além disso,
a resposta dada pelo recrutador pode servir como um guia para a sua
sobrevivência e crescimento na companhia, caso você seja contratado.
Perguntas desnecessárias
1.
Consegui o emprego?
Segundo Tourinho, este tipo
de pergunta deve ser evitado porque transmite impaciência e insegurança. Ao
final da conversa, basta agradecer a oportunidade e se retirar. Além de
constrangedor, o pedido por um feedback imediato dificilmente poderá ser
atendido, já que o recrutador muitas vezes ainda não chegou a um veredicto
sobre a sua candidatura.
2.
Qual é o salário?
Não é proibido falar sobre
remuneração em entrevistas de emprego, mas tudo tem o seu tempo. O ideal, de
acordo com Santos, é deixar a negociação sobre valores para o final do processo
seletivo. “Geralmente, é melhor esperar que o recrutador tome a iniciativa de
falar sobre esse tema, ou então trazê-lo à tona de forma muito sutil”, explica.
“Isso só não vale se você for uma ‘mosca branca’ no mercado e tiver todo o
poder de barganha nas suas mãos”.
3.
Vai haver promoção no fim do ano?
“É perfeitamente cabível
perguntar se há um plano de crescimento definido na empresa, ou se uma vaga de
gerente regional que hoje é para o Sudeste amanhã pode incluir outras regiões,
por exemplo”, diz Tourinho. “Mas é preciso evitar um tom ansioso ou apressado
demais”. Além de soar precipitado, você pode enviar o recado de que está
interessado na vaga estritamente pelo salário ou pelo status que ela pode
oferecer.
4.
Quando poderei tirar férias?
Via de regra, também não cai
bem mostrar que você está ansioso por descanso e lazer quando sequer começou a
trabalhar na empresa. De acordo com a gerente da Michael Page, é melhor
aguardar o momento certo de falar sobre férias, algo que normalmente acontece
algum tempo depois da sua eventual admissão.
5.
O boato x sobre a empresa é verdadeiro?
A entrevista de emprego não
é o lugar adequado para fazer perguntas como: “Ouvi falar que a empresa será
vendida para uma multinacional, é verdade?”. Segundo Santos, toda informação
não confirmada sobre a companhia não passa de um boato — e não há veneno pior
para a imagem de um candidato do que a aparência de fofoqueiro. “Faça apenas
perguntas objetivas, sobre fatos concretos, ou você será muito mal-visto”,
recomenda.
Fonte: Texto integral da
Revista Exame.
Foto: Pixabay.